Todos se perguntam do sucesso que a Madonna faz, há quase 3 décadas. Poucos, realmente, conhecem a real vocação da cantora, que é ser centrada e ter foco em tudo que faz. Aliás, Madonna faz e acontece. Sua passagem pelo Brasil na semana passada, continua rendendo. Além do pleno conhecimento do seu projeto e de como ele é aplicado no Brasil, Madonna pegou todos os empresários de surpresa quando era ela, e ninguém mais, que falava de números, valores, projetos e detalhes, tanto sociais como economicos.
“Ela estava interessada em detalhes que a maioria dos estrangeiros não demonstram. Queria saber do que viviam agora os ex-traficantes do morro, o que o Estado pretendia fazer por lá e como a comunidade recebia a pacificação.”
Adriana Anselmo fez a revelação acima, enquanto Madonna esteve no Dona Marta, no Rio de Janeiro. Ela metralhava a ela e ao Sérgio Cabral de perguntas. Durante todos os momentos, Madonna era conhecedora de cada detalhe. Quando os executivos faziam as mais diversas perguntas sobre os seus projetos, ela, de forma séria e sem ao menos pestanejar, era quem dava as respostas. Ela conhecia 100% do que falava.
Quando estava no Rio de Janeiro, na favela Dona Marta, Madonna foi a primeira a sentar-se no chão para assistir a apresentação do grupo local. Isso obrigou com que todos, incluindo Sérgio Cabral e a primeira dama Adriana Anselmo, fizessem o mesmo.
Ao tomar a iniciativa simples de sentar-se ao chão, Madonna foi acompanhada por Guy Oseary, Sérgio Cabral e Adriana Anselmo
Banqueiro Luís Otávio revela como foi o seu encontro com a Madonna
“Gente, desculpa, só passei para escovar o dente e lavar o rosto, mas vamos lá.”
A frase acima foi dita por Madonna, enquanto preparava-se para dar continuidade a apresentação do projeto da sua ONG. Madonna também discordou de manter o restaurante Fasano fechado somente para ela, enquanto estava em reunião.
Cantora falou do constraste que existe entre a riqueza e a probreza no Brasil e falou de forma elegante sobre o assunto, sem desmerecer uma classe ou outra. Ela falou do problema e não das pessoas.
“Esta mulher é uma surpresa”
O banqueiro Luís Octávio Índio da Costa conta como foram suas quatro horas com a popstar
O empresário Luís Octávio Índio da Costa, presidente do Banco Cruzeiro do Sul, teve um almoço divertido no Fasano na tarde da quinta-feira 12. Ele conheceu Madonna, mas não a popstar inatingível. Papeou com uma business woman informal, sem frescuras e focada em sua missão humanitária. Esteve com ela das 15h às 19h, entre almoço e a apresentação do projeto Sucess for Kids no Brasil. À mesa, ela comeu peixe e pediu vinho rosé diretamente ao maître. “Mas ela não come. Deu três bicadas e parou de comer”, contou ele. Ao se despedirem, Índio da Costa combinou que no próximo encontro eles almoçariam em sua casa, a 40 quilômetros de São Paulo.
“Ela disse: da próxima vez vamos marcar na sua casa com mais tempo e você me avisa porque eu não gosto de andar de helicóptero. Vou de carro.”
Como aconteceu o encontro?Quem me procurou foi uma assessora do Sérgio Cabral, e eu conheço bem o Sérgio, que foi meu amigo de colégio. O almoço seria em minha casa, mas acabamos indo ao Fasano. O hotel tinha fechado o restaurante para ela. Foi engraçado, porque ela não gostou.
“Por que fechar o restaurante para mim? Já tem aquela sala separada e eu podia ficar muito bem.”
Quem é a Madonna que você conheceu?É inacreditável. Encontrei uma mulher extremamente focada no objetivo de sua viagem. O sucesso dela não é por acaso. Ela já sabia tudo. E aí brincou comigo: “Não consigo falar Otávio! Já tentei e não consigo. Posso falar Luís?” Eu falei que podia.
Como foi a conversa?Ela perguntou o que eu faria se pudesse mudar o mundo. Falei que, no fundo, tudo passa pela educação. Ela me disse assim:
”É engraçado porque eu estou lendo o livro chamado Outliers (de Malcolm Gladwell. No Brasil, Fora de Série, editora Sextante) e é exatamente o que você está dizendo. Não adianta a pessoa ser genial, ela tem que ser é focada e que não adianta você dar dinheiro para um cara que não tem cultura, porque ele pode não saber o que fazer com o dinheiro. Por isso devemos instruir as crianças.”
Ela diz que se você tem foco e dedicação a sua chance de sucesso é muito maior e que o projeto dela atua neste ponto: foco e instrução. Até então, era um papo macro. Era o que ela pensava da vida e o que eu pensava da vida. Ela brincou que o garçom passou e me cumprimentou. “Você conhece todo mundo no hotel”. Aí eu disse: “Morei aqui quando eu me separei” e ela falou: “Morar em um hotel? Que coisa impessoal.”
E depois?Ela pediu para acompanhá-la na apresentação do projeto da SFK. Subimos para uma suíte grande onde o Philipe van the Bossche, que trabalha com ela, fez uma apresentação e aí veio a surpresa. Além de ela ser articulada, ela é supercomprometida com a ON G. Todas as perguntas que a gente fazia ela pedia a palavra e respondia. Ela é a executiva. Sabia sobre números, dados, custos. Custo por crianças, por aulas. O Jair Ribeiro, que tem a ON G Parceiros da Educação, apertou o parafuso nas perguntas e saiu de lá bem impressionado. Ela deu um show.
E o dinheiro arrecadado? Será aplicado aqui?As pessoas dizem que ela veio pegar dinheiro para ajudar a África, para ajudar o Malaui. Ela veio aqui para para ajudar aqui. Ela foi clara:
”Olha, não sou brasileira e não sou africana. Eu sou americana, mas se eu puder, quero juntar gente para ajudar o mundo inteiro.”
O projeto dela já está em 12 países. Posso falar que esta mulher é uma surpresa quando você senta com ela.
O que a impressionou no Brasil?Ela disse que ficou bem impressionada com o Brasil desde a primeira visita. Mas o grande comentário era sobre os contrastes do País. Ela foi gentil com os comentários, nada para criticar ou defender.
”Não dá para viver em um contraste deste tamanho. Não dá para esta criançada ser soldado do tráfico.”
Ela usou o termo traffic soldiers.
Ela usou o termo traffic soldiers.
O que mais o surpreendeu nela?Ela não estava ali só emprestando a imagem e pedindo para ajudarmos. Ela sabe tudo. Mais de 100 mil crianças já passaram pelo projeto, você tem noção deste número? Quando subimos para a suíte para a apresentação, ela demorou um pouco. Ao chegar, disse:
“Gente, desculpa, só passei para escovar o dente e lavar o rosto, mas vamos lá.”
Ela foi simplíssima. Sabe assim uma pessoa que você não imagina? Ela foi assim.
Ela falou dela?
Ela falou dela?
Conversamos alguma coisa, mas eu não gostaria de entrar nisso. Ela contou que morou em Londres, brincou que Londres é difícil. Ela é engraçadíssima. Uma hora eu falei que ela era pão-dura e ela falou:
”Sou pão-dura nada! Você é que deve ser pão-duro! Esta sua perna quebrada aí. Você diz que quebrou esquiando, mas você não pagou alguém e correram atrás e quebraram a sua perna”.
Ela quase caiu dura com a brincadeira. E eu disse: mas ninguém brinca com você? No final, todo mundo foi tirar foto com ela e eu disse: Não vou tirar foto com você, não! E ela: “Por que Luís?”
Eu disse: não iria tirar nem da próxima vez, e ela rolou de rir. “Você foi uma das poucas pessoas que me tratou como ordinary people.”
De quanto foi a sua doação?
De quanto foi a sua doação?
Ainda não fiz a doação. Vou fazer pelo banco. Mas não será nada perto do que o Eike doou. Tenho no banco 12 projetos sociais e ambientais. Ela tem um trabalho em Paraisópolis. A ON G atua lá e ajuda meninas grávidas que não têm onde morar, é uma coisa pequena. Quando ela citou, eu pensei: esta mulher não sabe nada de Paraisópolis. Contei que ajudava um programa social lá e ela me interrompeu:
“Mas lá não existe programa social nenhum. Só tem o meu e o de um rapaz que é campeão mundial de jiu-jitsu”.
Então eu disse que era aquele o meu programa lá. Isso me surpreendeu, porque ela sabia.
Em encontro com Eike Batista, Madonna ganhou todo o apoio que precisava:
O grande momento da visita de Madonna, porém, aconteceu na noite de quinta-feira, no jantar oferecido pelo bilionário Eike Batista na mansão do empresário, no Jardim Botânico. Na lista de convidados, apenas 12 pessoas, entre eles os apresentadores Luciano Huck e Angélica, o governador Sérgio Cabral e Adriana Anselmo, e o prefeito Eduardo Paes com sua mulher, Cristine Paes. Às 21h22, sete batedores da polícia militar abriram caminho para a rainha do pop passar. Em duas horas de jantar, Madonna pouco comeu, mas mostrou apetite ao “vender” sua ON G. Mais do que determinação, sobrou emoção. E a cantora chorou. Foi o suficiente para Eike Batista “assinar o cheque”.
”Madonna, você merece todo o meu apoio, a partir de amanhã estarão disponíveis US$ 7 milhões”.
Foi o que disse o empresário, também com os olhos marejados após a exibição do projeto. A popstar, então, baixou a cabeça e começou a chorar compulsivamente. Em seguida, abraçou fortemente o empresário e fez um discurso rápido, onde falou de seu amor pelo País.
Fonte: Estilo Madonna
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